Motivação pura
Nossa primeira preocupação tende a ser nossa própria busca
por felicidade e nossas tentativas de escapar do sofrimento. Mas se você recuar
e ver a si como apenas um entre toda uma infinidade de seres sencientes, seus
desejos e medos individuais começam a parecer insignificantes em comparação.
Exatamente como você quer ser feliz, assim também o quer cada um de todos esses
seres. Mas na busca pela felicidade, quase tudo que eles fazem apenas resulta
em sofrimento.
A única maneira de se livrar do vicioso ciclo de sofrimento
e alcançar a felicidade última da iluminação é prestar atenção cuidadosa em
executar ações positivas e evitar as negativas. De fato, se você ainda não
assimilou essa verdade, pode alegar que deseja ajudar os outros, mas todos os
esforços serão em vão.
É por isso que é tão importante, ao seguir os ensinamentos e
colocá-los em prática, não esperar com isso ser respeitado ou recompensado por
seu grande aprendizado, mas ter o pensamento: “possa eu alcançar a iluminação e
poder dar esses ensinamentos a todos os seres, assim guiando-os ao Estado de
Buda”.
Se sua mente está orientada para esses objetivos positivos,
pode ter certeza que as palavras que você disser e as ações que executar — como
servos recebendo instruções de seu mestre — vão naturalmente seguir na mesma
direção.
Mas se sua mente é distraída e cheia de apego, inimizade e
ignorância, então — independentemente de quantos milhões de mantras você
recitar ou prostrações, oferecer — será como comer comida saborosa misturada
com veneno. Essa não é a maneira de progredir em direção ao Estado de Buda.
Tente manter perfeitamente pensamentos puros em todas as
circunstâncias, para que até o mais insignificante de seus atos preserve a
energia positiva, até você atingir a iluminação. Uma gota de água que cai no
oceano vai durar tanto quanto o próprio oceano.
Dilgo
Khyentse Rinpoche, em “The Hundred Verses of Advice“.
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