O poder da
intuição
A intuição
se manifesta como uma impressão sentida como fruto da percepção emocional. Ela
se apresenta de forma instantânea e quase global, sem detalhes e quase obscura,
revelando-se com força total e capaz de acionar o alarme sobre um fato, criando
a certeza da escolha. Uma certeza de um fato ainda futuro, que ajuda o indivíduo
a se proteger contra conseqüências negativas. Essa escolha permite a tomada de
decisões mais esclarecidas frente a um número determinado de possibilidades; e
a colaboração do raciocínio, nesse momento, vem a ser de muita valia para
fortalecer as bases da escolha feita a partir da intuição, operando ambas em
forma de equilíbrio.
Além dessas
conseqüências imediatas do fator intuição, outras considerações são percebidas,
fundamentalmente, no nível da influência que ela exerce em relação aos outros.
A intuição atua como uma grande conselheira e nos convida a nos importar com o
próximo, fazendo valer na prática um sentimento de imenso valor interpessoal,
como a empatia, nome dado a esse sentimento que implica “um solidarizar-se com
o outro”.
Para melhorar
o seu poder de intuição, procure ter alguns momentos de silêncio. Normalmente é
durante esses momentos que você promove o encontro com seu “artista interior”,
isto é, quando você se destina a atividades como escrever seu diário ou
desenhar, criam-se as ocasiões ideais para ouvir a voz interior. Lembre-se que
intuição (intui), into, significa “indo para dentro”. Nada podemos ouvir, se
não nos propusermos a ouvir. Uma das condições favoráveis para isso é o
silêncio. É só por meio dele que podemos ouvir a mensagem que ainda está
oculta, escondida nos labirintos da nossa vida inconsciente.
Procure
conscientemente desligar seu hemisfério esquerdo, utilizando as técnicas do
nosso método que são ideais para produzir esse efeito. E por que isso é
necessário? Porque o lado esquerdo atua como um censor, agente bloqueador por
excelência, e dono da voz do julgamento. Exerce domínio quase total sobre nossa
vida e, ainda, tem a capacidade de anular os insights provenientes do contato
com a intuição.
Respeitar e
procurar conhecer a linguagem da intuição é de grande valor para a
interpretação da linguagem não verbal, já que desvenda sentimentos ocultos por
meio de gestos, posturas e expressões facilmente detectáveis aos olhos de um
observador experiente. Essa tarefa é difícil de ser realizada para aqueles que
depositam toda a sua capacidade de compreensão, levando em conta apenas as
palavras.
Diante de
eventos interpessoais, devemos nos deixar orientar pelo fluxo intuitivo que
consiste em formular perguntas claras, a fim de expandir o nível de empatia,
elucidando, assim, a dúvida e a ambivalência. A força da intuição é um auxílio
eficaz para o nosso cérebro que, mecanicamente, tende a fazer escolhas
negativas. Para evitar a prevalência dessa influência, a formulação de
perguntas claras e o exercício da atitude da prática da solidariedade gerados
pela empatia tornam-se aliados de extrema importância.
Assim como
perguntas claras evitam as conseqüências negativas da ambivalência, estabelecer
correlações emocionais mais claras acarretam o mesmo efeito, ou seja, um
comportamento transparente.
Aprofunde
sua experiência. Para atingir o estado de profundidade, é indispensável estar
atento e concentrado. Mergulhe fundo, naturalmente, e sem o emprego da força;
ultrapasse seus limites de forma natural, expandindo suas possibilidades e
rompendo a fronteira do medo. A capacidade de ousar existe em todos nós, porém
é esquecida pela sociedade que, por meio de diferentes formas de manipulação,
cria limites inexistentes no terreno do potencial humano, resultando no
surgimento de crenças negativas que impedem as pessoas de fazer novas
descobertas e conhecer novas dimensões existentes. As crenças negativas atuam
como um agente corrosivo, destruindo as infinitas possibilidades que ainda nos
são oferecidas.
Trecho do
livro "Acessando o Hemisfério Direito do Cérebro", de Lidia Peychaux
por: Fatima dos Anjos