EXPANSÃO DO AMOR UNIVERSAL
No
coração repousa uma jóia perfeita. Os ventos da experiência levarão o homem a
despertar para o seu brilho radiante e alegre, partilhando de forma real e
exata a sua luz ente si e com o mundo.
Mas a
irradiação do Amor é uma tarefa exigente: implica sabedoria, ritmo, precisão,
silêncio e consciência purificada. Um peregrino que assuma a evolução superior
tem diante de si uma senda infinita, onde múltiplas leis ocultas se entrelaçam
para o estimular, provar, fortalecer e instruir, levando-o, finalmente, no
silêncio das Câmaras Internas à consagração.
Continuamente
somos estimulados e ampliados na nossa capacidade de, acima de tudo, AMAR. Cada
momento e cada situação convergem para nos levar a um nível mais elevado na
escala do AMOR.
Mas o
que significa, realmente, amar? O que significa unir? Unir como os homens unem
ou unir como o Divino nos busca revelar? Qual a diferença entre a necessidade
de união humana e a necessidade de união divina? Como realizar a Unidade no
mundo?
A Senda
do Amor parece conter dois elementos complementares: Intensidade e Qualidade.
A
Intensidade corresponde ao aspecto magnético e aglutinador do amor: coesão e
união vibratória entre dois seres ou conjunto de seres. Está ligado ao impacto
das energias cósmicas vibrando a Unidade diretamente sobre o nosso veículo
emocional. A intensidade resulta da Fonte Única, em seu avassalador e terrível
poder de amar e da força totalizante em nós criando ímpeto para tudo unir,
negando-nos à ilusão da multiplicidade, para afirmar a verdade maior no tempo.
A
Qualidade corresponde ao aspecto Sabedoria, Percepção Cósmica, ligado ao
impacto da Radiação de Amor sobre o centro intuitivo. A qualidade do Amor
estrutura a nossa irradiação segundo a natureza profunda da origem divina
energia cósmica e aperfeiçoa a nossa real motivação perante a contínua tarefa
de transmissão-emanação.
O ato
de amar não é estático. A cada momento a necessidade de teus irmãos altera-se,
eleva-se e refina-se.
É
necessário vigilância: Que tipo de amor necessita o teu irmão a cada momento?
Um amor ligado à cristalinidade? Um amor ligado ao magnetismo? Um amor-balsâmico?
Um amor que se exprime pelos sentidos sob a forma de afeto? Ou um amor que,
perante o perigo, se eleva como uma espada entre a consciência e o retrocesso?
Cada
detalhe, cada intensidade, cada partícula atingida contam para a perfeição do
amor.
A
autorização da Grande Corrente para que o ser atue como um espelho expansor do
Amor-Sabedoria no mundo dá-se apenas quando estes dois aspectos: Intensidade e
Qualidade estão realmente coordenados.
Só a
discriminação, a seleção e o refinamento conscientes conduzem ao Templo do
Amor.
Existe
um AMOR PERFEITO, o Estado Supremo do Ser.
A esse
Amor Perfeito corresponde uma compreensão compassiva dos limites da forma, dos
limites da natureza, dos limites e potenciais do ritmo, dos limites da
substância, isto é: dos limites das estruturas psicológicas, e da sua
capacidade de evolução e reacção ao impacto de potências mais altas.
Podem
passar ciclos inteiros de aprendizado, mas basta que a consciência simplesmente
CONCEBA esse Amor Perfeito para ser, cedo ou tarde, irresistivelmente atraída
para Ele: Basta que em teu coração a realização da unidade última seja
concebível para que uma reação oculta irreprimível ocorra, e para que as raízes
de todo o egoísmo sejam abaladas.
Por
vezes as circunstâncias moldam-se para nos fazer duvidar da luz que, segundo
afirmam os Grandes Seres, se está implantando em torno de nós, em todos os
estratos e em todos os quadrantes.
Por
vezes deparamos com reações humanas que parecem indicar insensibilidade à luz.
Então é chegada a oportunidade de treinar e aplicar uma compassiva compreensão
das limitações da natureza humana, de assumir em nosso íntimo que o universo é
um processo, um vir-a-ser.
Encontrada
a sanidade básica que emerge de uma incondicional aceitação das circunstancias,
de uma aceitação do incompleto, do gradual e mesmo do antidivino, é possível,
na Câmara Oculta do Coração, pelo poder de nosso Atman, gerar os antídotos
secretos.
Que
antídotos secretos? As chaves ocultas do coração ardente:
Perante
o erro - nosso ou alheio - a Compaixão.
Perante
o ruído da mente o Silêncio.
Perante
a hesitação a Abertura Axial.
Perante
a incompreensão o Avanço Decidido.
Perante
a desorientação a afirmação da Filiação Eterna.
Perante
a ingratidão a oferta de si ao Supremo.
Perante
a competição a consciência da Unidade.
Perante
o medo a invocação da Luz Maior no Centro do Ser.
Perante
o ódio o poder do Sol Central.
Perante
a ambição a consciência do Infinito.
Perante
a solidão a alegria do Encontro Maior.
Perante
o orgulho a consciência da Transitoriedade das formas.
Perante
as sombras o riso da Criança Divina.
Perante
o elogio a entrega dos atos ao Divino.
Perante
as promessas de glória a perfeita simplicidade de cada momento.
Na
verdade, amar é também irradiar os antídotos secretos, destilados pela alma em
contínua vigília . Estes antídotos são potentes vórtices de dissolução das
forças ambientais e psíquicas que subjazem a todos os cenários de incomunicação
humanos. Atuando em silêncio e de forma invisível produzem um impacto invisível
mas exato sobre a aura de nossos irmãos.
Assim,
de carga em carga, de choque em choque, de incomunicação em incomunicação, à
medida que vamos superando a superfície das coisas e a aparência - ou mesmo a
realidade - das reações humanas, a Chama do Amor pode crescer em nós: porque
AMAMOS não importa o grau de perfeição ou imperfeição do objeto de nosso amor,
porque amamos em silêncio, sem que o mundo possa contaminar a nossa vida
interna.
Tornando-se
incondicional o Amor desagua na PAZ PROFUNDA.
Se a
Paz total ainda se aparta de ti, é porque em teu amor, e em tua relação com os
outros, uma parte permanece ligada sutilmente à necessidade de retribuição...
Chegamos a um tempo em que meias medidas nos aprisionam em labirintos obscuros
e em circunvoluções intermináveis. É um tempo de direção e decisão. Um tempo
que exige que o indivíduo aparte de si os parasitas mentais e emocionais que
claramente não o elevam ou o dignificam.
O
entrelaçar firme do amor e da vontade, uma discriminação aguda e uma doçura
espiritual para com todos os seres vivos é a única forma de responder ao ponto
de tensão a que quase tudo na vida humana chegou.
Ainda
que lhe pareça difícil a principio é importante que preserve, quaisquer que
sejam os resultados, pois, hoje, mais do que nunca, a Hierarquia Espiritual da
Terra e os irmãos do espaço sideral velam pela energização e magnetização
daqueles que se dispõem a superar suas próprias conchas humanas .
A cada
um é dado, a cada dia que passa, chegar à bifurcação essencial em que deve
optar entre seguir o impulso ascendente de seu ser interno e cósmico ou de
re-automatizar-se para dentro dos cascões civilizacionais que, como medusas, o
chamam à sonolência e à inércia.
É
importante que todos os que se sentem sob a ação de energias e vibrações
superiores procurem reunir-se em momentos de alinhamento coletivo, e em grupos
de vigília e oração, sem com isso caírem na tendência humana de criar
estruturas rígidas ou organizações formais .
O ato
de se reunir com outros para elevar as próprias energias deveria manter-se
completamente puro de contaminação burocrática e de formalismos. É chegado o
momento de os homens reconhecerem a liberdade de orar e Ser em Deus, tal como
compreendem a liberdade de respirar ou sorrir.
As
preciosas energias que se vertem sobre toda a humanidade dispensam quaisquer
protagonismo ou formalismo de alguém. Na proporção da maturidade e
sensibilidade internas de seus componentes, os novos ambientes espirituais
serão apenas delicados efeitos de estufa de processos cósmicos profundos,
autênticos e não mediáveis por nenhuma hierarquia externa.
Na
verdade acima de tudo o que a vibração terrestre transporta e trafica paira um
oceano dourado de totalidade indescritível, um poder-luz capaz de transformar o
mundo e curar o homem. Uma vontade-bem avassaladora e implacável, irredutível
em sua moção dinâmica de resgatar a humanidade para plataformas de
hiper-estabilidade vibratória, para zonas de equilíbrio e harmonia
supraterrenas verte-se hoje sobre todo o homem de visão e coração amplos.
Como
poderá esse caudal verter-se sobre o planeta senão através de cada
auto-convocado, de cada ser-espelho, de cada um de nós?
O
oceano de Deus pressiona a natureza humana, para que se abra e se deixe
absorver nessa felicidade sem fim. Tornemo-nos canais vivos desse caudal, veios
ardentes desse manancial.
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