Os Dhyani Buddhas: os Cinco Curadores Supremos
do meio ambiente externo e interno
do meio ambiente externo e interno
Os Cinco Curadores Supremos são as personificações do
corpo, palavra, mente, qualidades e ações de um ser iluminado. Falando
de um ponto de vista geral, nós nos identificamos demais com nossas
limitações e nunca nos permitimos sentir que podemos nos tornar
iluminados, mesmo tendo conhecido dois ou três seres iluminados sob a
forma de líderes espirituais ou praticantes. Para nos ajudar a
compreender isso e a identificar a energia da iluminação com a energia
dos cinco chakras, personificamos as energias sob a forma de cinco seres
de cristal puro, representando as qualidades de cada chakra. Assim como
um raio de sol puro reflete um arco-íris quando toca em um prisma de
cristal, a consciência iluminada reflete o espectro dos Cinco Curadores
Supremos.
Nossas cinco emoções negativas são como cinco cores impuras em nossa
mente e no meio-ambiente externo. Todas as pessoas têm um chakra que é
mais poderoso, em um sentido positivo ou negativo. Desenvolvendo e
purificando todos os nossos chakras e dando atenção especial a este que é
dominante, podemos chegar à iluminação sob a forma de um dos Cindo
Curadores Supremos do meio-ambiente externo e interno. É por isso que
jogamos uma flor em um mandala durante a iniciação. O lugar onde a flor
cai indica o chakra e a energia que precisamos desenvolver.
Há incontáveis vidas, damos mais espaço em nossos cinco chakras aos
hábitos negativos da mente. Agora é como se nossos ventos internos
estivessem completamente misturados às emoções e energias negativas. As
cinco ilusões principais parecem ser as donas dos cinco chakras, as
governantes do meio-ambiente externo e interno. Por exemplo, nosso
chakra da garganta está hoje dominado pelo apego ilimitado. Isso ocorreu
porque demos a essa negatividade a oportunidade de nos dominar.
Precisamos reconhecer isso e perceber que nossa natureza verdadeira não é
negativa e cheia de ilusões. Temos que modificar nossa identificação e
tentar nos identificar mais com a natureza verdadeira de nossa mente e
sistema de energia sutil, nossa natureza de cristal puro e nosso
meio-ambiente interno puro.
A mente é pura por natureza, como a água transparente da montanha, e
independentemente da quantidade de sujeira que misturamos a ela, sua
natureza permanece sempre pura. Pouco a pouco, fomos esquecendo sua
natureza, na medida em que nos identificávamos mais e mais com a
sujeira. Entretanto, da mesma forma que podemos filtrar a sujeira da
água e fazê-la voltar a seu estado natural de transparência cristalina,
podemos também decidir mudar nossa situação e remover a poluição de
nossa mente e sistema de energia sutil.
O significado dos mudras dos Cinco Dhyani Buddhas
Os mudras são gestos considerados sagrados por despertar a Autocura
Profunda. Quando movemos os braços e as mãos criamos um circuito de
energia sutil eletromagnética. O mandala de nosso corpo contém o mesmo
circuito de energia eletromagnética que o planeta. Portanto, o
macrocosmo e o microcosmo são reflexos um do outro e, por isso, ao
curarmos nosso corpo e mente, curamos também o planeta.
Os mudras dos Cinco Dhyani Buddhas são uma expressão do potencial de
cura de cada um de nossos cinco chakras. Quando nos referimos a um
Buddha, não estamos falando de um ser específico, mas sim do estado
natural e puro de nossa mente quando ela encontra-se totalmente
purificada, livre de qualquer marca mental negativa.
Buddha Vairochana realiza o mudra da Roda do Dharma ou do OK. Esse gesto desperta o Poder Pacificador e a Sabedoria Tipo Espelho que transforma toda as experiências do surgimento interdependente na forma pura e positiva.
"A mente é como um espelho que reflete tudo que fazemos e pensamos,
mesmo enquanto dormimos e sonhamos. Ela reflete nossa raiva, apego e
amor. Quanto reconhecemos que a mente negativa da ignorância e do
embotamento mental faz mal à nossa saúde e meio-ambiente interno,
podendo causar doenças degenerativas crônicas, como tumores, câncer,
cistos, etc, temos que decidir removê-la com a mesma determinação com
que decidimos remover um vírus de nosso computador. Podemos realizar
isso praticando a purificação dos cinco ventos dos elementos, que nos
permite expulsar os vírus de nosso sistema e mandá-los para o espaço,
longe de nós. Emoções como o apego e o orgulho nos deixam estressados,
nos esgotam. Se nós as purificamos, teremos uma vida muito mais fácil.
[...] Um espelho pode refletir milhares de imagens. Ele tem a capacidade
de refletir tudo, sem distinguir entre o bom e o ruim. Temos a opção de
usar nossa mente-espelho de uma forma positiva para refletir coisas
boas. Se pusermos uma imagem de paz nela, tudo que enxergarmos terá a
qualidade da paz. [...] Se não nos envolvemos em pensamentos, ações e
informações negativas, podemos ter a experiência de uma mente-espelho
limpa, clara e em paz, e de um meio ambiente interno pacífico. Quando
nossa mente-espelho reflete o espaço, sentimos muita paz, porque, neste
momento, estamos entrando em contato com um nível mais profundo da
realidade, a natureza ilimitada e absoluta do universo. É possível
mantermos esta paz conosco o tempo todo, em todas as ocupações, se
seguirmos o treinamento da Educação da Paz Interna."
Buddha Amitabha realiza o mudra da concentração meditativa. Esse gesto desperta o Poder do discernimento, do controle da mente e a Sabedoria Discriminativa capaz de descriminar entre os fenômenos autocuradores e os autodestrutivos.
"A sabedoria da discriminação significa que somos capazes de tirar
toda confusão de nossa mente, podendo, portanto, enxergar as coisas com
clareza. Isso nos dá a capacidade de compreender os fenômenos sem
misturá-los. Quando falamos de alguma coisa com uma mente clara e
focada, todos se interessam pelo que estamos dizendo. Isso ocorre devido
ao poder da sabedoria discriminativa. Esta sabedoria nos dá de fato um
poder, pois, através dela nos tornamos capazes de fazer os outros se
interessarem por nossa mensagem. Se usarmos a sabedoria discriminativa
para distinguir o bom e o ruim no supermercado de nossos pensamentos,
podemos optar pelo lado positivo da mente, e ignorar o negativo. Nossa
mente se torna mais forte, e passamos a ter domínio sobre nós mesmos,
pois seguir os aspectos negativos da mente nos torna fracos. Investir
nos pensamentos positivos nos ajuda a desenvolver uma vibração positiva,
que influencia as pessoas à nossa volta e o meio-ambiente externo no
nível energético.[...] Na imagem do Curador Supremo Amitabha, vemos que
ele realiza o mudra (gesto manual) da meditação e concentração
unidirecionada. Esta mensagem nos mostra que devemos usar a sabedoria
discriminativa de uma forma positiva no supermercado de nossos
pensamentos. Nossa mente está sempre se movendo, ocupada com formas e
cores. Temos a idéia errada de que cuidar de nosso corpo e mente
significa fazer coisas motivados pela raiva, ignorância, apego
ilimitado, orgulho e medo. Mas, na verdade, agir assim tem o efeito
oposto ao que esperávamos, e, em vez de nos ajudar, deixa-nos sempre
insatisfeitos, vivenciando os reflexos de nossas emoções negativas, as
cores impuras de nossa mente e do meio ambiente externo. Usando a
sabedoria discriminativa no supermercado de nossos pensamentos, podemos
distinguir as emoções positivas e negativas. Precisamos colocar as cores
impuras em um disquete e tirá-las de nosso computador mental, em vez de
deixá-las gravadas no ´hard disk`. Se conseguirmos fazer isso, usando a
sabedoria discriminativa de Amitabha, gradualmente encontraremos o
caminho em direção a uma mente clara e um meio ambiente puro. O símbolo
de Amitabha é uma flor de lótus completamente aberta. A flor de lótus
origina-se de uma semente no pântano, mas cresce e floresce acima de sua
água suja. A sabedoria discriminativa de Amitabha nos ajuda a nos
colocarmos acima do pântano de confusões e enganos de nosso dia-a-dia,
dando-nos a capacidade de viver e trabalhar neste mundo sem ser tocado
por seu sofrimento, confusão e poluição.
Buddha Akshobya realiza o mudra da estabilidade. Esse gesto desperta o Poder da Estabilidade e a Sabedoria do Dharmadhatu que unifica os fenômenos relativos e absolutos.
"A sabedoria do Dharmadhatu é a sabedoria da natureza vazia de todos
os fenômenos. Todos os fenômenos são manifestações do espaço absoluto,
pois tudo que há no meio ambiente relativo e absoluto surge do vazio.
Neste momento temos uma mente de apego a nós mesmos muito forte que nos
cria muitos problemas. Ela nos leva a acreditar que todas as coisas que
possuímos são reais, permanentes e imutáveis, e que nosso corpo físico
será belo e jovem para sempre. É claro que estas crenças são ilusórias:
esta não é a realidade. Todos sabemos que as coisas aparecem, mudam e
desaparecem a cada momento. É nossa mente de apego a nós mesmos que não
consegue aceitar esta verdade e, por isso, sentimos muito sofrimento
quando perdemos objetos ou eles se quebram, ou quando começamos a
envelhecer. ´Apego a si mesmo` significa nos apegarmos a idéia de um ´em
si` permanente dos objetos materiais, pessoas e de nós mesmos. Se
pudermos aceitar a impermanência deste ´em si` e o fato de tudo no meio
ambiente externo e interno estar constantemente mudando, seremos capazes
de aceitar a mudança como algo natural, e isso nos poupará muito
sofrimento. Esta percepção diferente dos fenômenos nos ajudará a ter uma
mente estável, em todas as situações. A sociedade moderna é muito
materialista. Isso possibilitou à nossa mente de ´apego a si mesmo`
tornar-se mais forte do que em épocas passadas. [...] A sabedoria do
Dharmadhatu é a compreensão de que todos os fenômenos são na verdade um
só. Precisamos compreender o significado disso por meio do saber e da
experiência, e não da ignorância. Dizer que todos os fenômenos têm uma
mesma natureza não significa que eles sejam iguais, mas que os
compreendemos como reflexos ou projeções de nossa mente-raiz muito sutil
unida ao fluxo de energia elemental. Com esta sabedoria, somos capazes
de enxergar que os fenômenos do universo não existem independentes de
nossa mente: eles são apenas reflexos interdependentes nascidos dos
registros cármicos deixados por nossos pensamentos e ações do passado.
Assim, nos tornamos capazes de ver e sentir o mundo absoluto de cristal
puro - o mandala de Buddha - em nosso dia-a-dia. Compreender isso não
significa que as coisas deixam de ser reais. Ao contrário, os fenômenos
revelam assim sua realidade. Continuamos a usá-los e a nos relacionar
com eles, mas enxergamos sua natureza absoluta. Passamos a perceber os
fenômenos do meio-ambiente externo e interno como manifestações de nossa
consciência, e ao mesmo tempo, os enxergamos como reais e úteis em
nosso dia-a-dia. Estas duas naturezas são inseparáveis, como os dois
lados de uma moeda: um lado não existe sem o outro.
A sabedoria do Dharmadhatu nos traz estabilidade mental e dissolve de
forma irreversível nossas expectativas, esperanças, medos e fantasias.
Ela nos enraiza na realidade verdadeira, e não na realidade falsa do
samsara, que nos causa dor e sofrimento. Se não nos apegarmos
emocionalmente aos fenômenos relativos, seguindo-os mais do que é
necessário para nossa vida, chegaremos a um equilíbrio mental
inabalável, o siddhi ou realização da estabilidade. Akshobya realiza o
mudra do tocar a terra para mostrar que uma vez tendo chegado à
experiência da base da realidade, nunca mais haverá incertezas em nossa
mente. Nossa mente torna-se segura e estável como o solo que tocamos."
Buddha Ratnasambava realiza o mudra da generosidade. Esse gesto desperta o Poder do Desenvolvimento e a Sabedoria do Equanimidade.
"A sabedoria da equanimidade de Ratnasambava é como uma sensação de
sermos iguais aos outros seres humanos e a todas as outras formas de
vida. Muitos seres sagrados nos deixaram esta mensagem de sabedoria. Por
exemplo, São Francisco de Assis demonstrou de forma clara como se
sentia em relação às outras criaturas e ao meio ambiente quando escreveu
o ´Cântico das Criaturas`. Em nosso estado normal, o egoísmo nos torna
pessoas muito desequilibradas, sempre nos interessando apenas por nossa
própria vida e a vida de nossos amigos e parentes. Não nos interessamos
de fato pelas outras pessoas e pelo meio ambiente. Quando equilibrarmos
nossas energias, começamos a sentir que os outros estão no mesmo nível
que nós, que eles também desejam a felicidade e o sucesso na vida e que,
como nós, também querem evitar a dor e o sofrimento. Compreender isso
nos faz sentir simpatia pelos outros, criando assim condições para
partilharmos com eles sua felicidade e suas tristezas. Desenvolvemos o
desejo de ajudar os outros, e essa compaixão nos faz dar a eles nossa
energia e nossos recursos. Esse é o motivo por que Ratnasambava realiza o
mudra da generosidade, e o símbolo de seu dom é uma jóia especialmente
bela. A maior parte das pessoas pensa que a jóia de Ratnasambava
simboliza ganhos financeiros, mas, na verdade ela representa o
desenvolvimento de nossas energias e qualidades internas, nossa riqueza
interna. Será mais útil para nós desejarmos ser como Ratnasambhava e dar
a todos os outros seres o que necessitam, do que rezar para algum
Ratnasambhava no céu porque desejamos ficar ricos.[...]
O fato de termos uma mente pequena e dúvidas demais nos faz perder a
energia do chakra do coração. O uso errado da fala nos faz perder
energia de fala. Enxergar os outros de uma forma negativa nos faz perder
a energia da visão, e isso pode até nos causar a cegueira. Se há
fraturas em nossa alma, perdemos nossa energia humana. Por isso
precisamos tapar os buracos de nossa aura e chakras através da prática
da Autocura. Desta forma desenvolvemos nossa verdadeira energia humana
em direção à Iluminação. Este é o significado verdadeiro da qualidade de
Ratnasambava."
Buddha Amoghasiddhi realiza o mudra do não-medo. Esse gesto desperta o Poder do Assertivo, a ação sagrada de saber agir e a Sabedoria-que-tudo-realiza capaz de satisfazer os desejos que curam o meio-ambiente externo e interno.
"A sabedoria-que-tudo-realiza significa que sem medo tudo é possível.
Ela é a sabedoria que satisfaz todos os desejos. Mesmo tendo inimigos,
se decidirmos não internalizar suas críticas, nossa mente não reagirá a
elas. Podemos gravar todas as críticas negativas em um disquete e
dissolvê-lo no espaço absoluto exterior, deixando nosso espaço interno
em paz. Amoghasiddhi não é um ser egoísta, por isso sua sabedoria
realiza o desejo de todos. Ele deseja de forma altruísta cuidar dos
outros seres, sem se importar se são pessoas jovens, idosas, ricas,
pobres, bonitas ou feias. Quem tem a qualidade de Amoghasiddhi deseja
trazer felicidade e realizar os desejos de todos. Se começamos a pensar
mais nos outros do que em nós mesmos, desenvolvemos a energia e o poder
para realizar isso. A sabedoria de Amoghasiddhi nos torna capazes de
fazer sempre o que é devido, tanto no nível relativo quanto no absoluto.
Isso é possível porque Amoghasiddhi é capaz de usar muitas energias ao
mesmo tempo, encontrando assim soluções para os problemas diferentes das
pessoas. Por exemplo, alguém que tenha o siddhi de Amoghasiddhi,
estando em uma sala com dez pessoas de nacionalidade, idade e estatus
social diferentes, será capaz de falar com todas elas em seus próprios
termos e encontrar soluções para seus problemas, deixando assim todos
felizes. Para as pessoas normais isso é impossível, pois a combinação de
diferentes culturas e energias é muito dinâmica. Numa situação destas,
uma pessoal normal acaba se tornando parte do problema em vez de trazer
uma solução. Para realizar a sabedoria-que-satisfaz-os-desejos,
precisamos primeiro desenvolver as energias dos outros quatro Curadores
Supremos."
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