domingo, 15 de janeiro de 2017

Os Dhyani Buddhas: os Cinco Curadores Supremos do meio ambiente externo e interno

Os Dhyani Buddhas: os Cinco Curadores Supremos
do meio ambiente externo e interno
Os Cinco Curadores Supremos são as personificações do corpo, palavra, mente, qualidades e ações de um ser iluminado. Falando de um ponto de vista geral, nós nos identificamos demais com nossas limitações e nunca nos permitimos sentir que podemos nos tornar iluminados, mesmo tendo conhecido dois ou três seres iluminados sob a forma de líderes espirituais ou praticantes. Para nos ajudar a compreender isso e a identificar a energia da iluminação com a energia dos cinco chakras, personificamos as energias sob a forma de cinco seres de cristal puro, representando as qualidades de cada chakra. Assim como um raio de sol puro reflete um arco-íris quando toca em um prisma de cristal, a consciência iluminada reflete o espectro dos Cinco Curadores Supremos.
Nossas cinco emoções negativas são como cinco cores impuras em nossa mente e no meio-ambiente externo. Todas as pessoas têm um chakra que é mais poderoso, em um sentido positivo ou negativo. Desenvolvendo e purificando todos os nossos chakras e dando atenção especial a este que é dominante, podemos chegar à iluminação sob a forma de um dos Cindo Curadores Supremos do meio-ambiente externo e interno. É por isso que jogamos uma flor em um mandala durante a iniciação. O lugar onde a flor cai indica o chakra e a energia que precisamos desenvolver.

Há incontáveis vidas, damos mais espaço em nossos cinco chakras aos hábitos negativos da mente. Agora é como se nossos ventos internos estivessem completamente misturados às emoções e energias negativas. As cinco ilusões principais parecem ser as donas dos cinco chakras, as governantes do meio-ambiente externo e interno. Por exemplo, nosso chakra da garganta está hoje dominado pelo apego ilimitado. Isso ocorreu porque demos a essa negatividade a oportunidade de nos dominar. Precisamos reconhecer isso e perceber que nossa natureza verdadeira não é negativa e cheia de ilusões. Temos que modificar nossa identificação e tentar nos identificar mais com a natureza verdadeira de nossa mente e sistema de energia sutil, nossa natureza de cristal puro e nosso meio-ambiente interno puro.
A mente é pura por natureza, como a água transparente da montanha, e independentemente da quantidade de sujeira que misturamos a ela, sua natureza permanece sempre pura. Pouco a pouco, fomos esquecendo sua natureza, na medida em que nos identificávamos mais e mais com a sujeira. Entretanto, da mesma forma que podemos filtrar a sujeira da água e fazê-la voltar a seu estado natural de transparência cristalina, podemos também decidir mudar nossa situação e remover a poluição de nossa mente e sistema de energia sutil.

O significado dos mudras dos Cinco Dhyani Buddhas
Os mudras são gestos considerados sagrados por despertar a Autocura Profunda. Quando movemos os braços e as mãos criamos um circuito de energia sutil eletromagnética. O mandala de nosso corpo contém o mesmo circuito de energia eletromagnética que o planeta. Portanto, o macrocosmo e o microcosmo são reflexos um do outro e, por isso, ao curarmos nosso corpo e mente, curamos também o planeta.
Os mudras dos Cinco Dhyani Buddhas são uma expressão do potencial de cura de cada um de nossos cinco chakras. Quando nos referimos a um Buddha, não estamos falando de um ser específico, mas sim do estado natural e puro de nossa mente quando ela encontra-se totalmente purificada, livre de qualquer marca mental negativa.
Buddha Vairochana realiza o mudra da Roda do Dharma ou do OK. Esse gesto desperta o Poder Pacificador e a Sabedoria Tipo Espelho que transforma toda as experiências do surgimento interdependente na forma pura e positiva.
"A mente é como um espelho que reflete tudo que fazemos e pensamos, mesmo enquanto dormimos e sonhamos. Ela reflete nossa raiva, apego e amor. Quanto reconhecemos que a mente negativa da ignorância e do embotamento mental faz mal à nossa saúde e meio-ambiente interno, podendo causar doenças degenerativas crônicas, como tumores, câncer, cistos, etc, temos que decidir removê-la com a mesma determinação com que decidimos remover um vírus de nosso computador. Podemos realizar isso praticando a purificação dos cinco ventos dos elementos, que nos permite expulsar os vírus de nosso sistema e mandá-los para o espaço, longe de nós. Emoções como o apego e o orgulho nos deixam estressados, nos esgotam. Se nós as purificamos, teremos uma vida muito mais fácil. [...] Um espelho pode refletir milhares de imagens. Ele tem a capacidade de refletir tudo, sem distinguir entre o bom e o ruim. Temos a opção de usar nossa mente-espelho de uma forma positiva para refletir coisas boas. Se pusermos uma imagem de paz nela, tudo que enxergarmos terá a qualidade da paz. [...] Se não nos envolvemos em pensamentos, ações e informações negativas, podemos ter a experiência de uma mente-espelho limpa, clara e em paz, e de um meio ambiente interno pacífico. Quando nossa mente-espelho reflete o espaço, sentimos muita paz, porque, neste momento, estamos entrando em contato com um nível mais profundo da realidade, a natureza ilimitada e absoluta do universo. É possível mantermos esta paz conosco o tempo todo, em todas as ocupações, se seguirmos o treinamento da Educação da Paz Interna."
Buddha Amitabha realiza o mudra da concentração meditativa. Esse gesto desperta o Poder do discernimento, do controle da mente e a Sabedoria Discriminativa capaz de descriminar entre os fenômenos autocuradores e os autodestrutivos.
"A sabedoria da discriminação significa que somos capazes de tirar toda confusão de nossa mente, podendo, portanto, enxergar as coisas com clareza. Isso nos dá a capacidade de compreender os fenômenos sem misturá-los. Quando falamos de alguma coisa com uma mente clara e focada, todos se interessam pelo que estamos dizendo. Isso ocorre devido ao poder da sabedoria discriminativa. Esta sabedoria nos dá de fato um poder, pois, através dela nos tornamos capazes de fazer os outros se interessarem por nossa mensagem. Se usarmos a sabedoria discriminativa para distinguir o bom e o ruim no supermercado de nossos pensamentos, podemos optar pelo lado positivo da mente, e ignorar o negativo. Nossa mente se torna mais forte, e passamos a ter domínio sobre nós mesmos, pois seguir os aspectos negativos da mente nos torna fracos. Investir nos pensamentos positivos nos ajuda a desenvolver uma vibração positiva, que influencia as pessoas à nossa volta e o meio-ambiente externo no nível energético.[...] Na imagem do Curador Supremo Amitabha, vemos que ele realiza o mudra (gesto manual) da meditação e concentração unidirecionada. Esta mensagem nos mostra que devemos usar a sabedoria discriminativa de uma forma positiva no supermercado de nossos pensamentos. Nossa mente está sempre se movendo, ocupada com formas e cores. Temos a idéia errada de que cuidar de nosso corpo e mente significa fazer coisas motivados pela raiva, ignorância, apego ilimitado, orgulho e medo. Mas, na verdade, agir assim tem o efeito oposto ao que esperávamos, e, em vez de nos ajudar, deixa-nos sempre insatisfeitos, vivenciando os reflexos de nossas emoções negativas, as cores impuras de nossa mente e do meio ambiente externo. Usando a sabedoria discriminativa no supermercado de nossos pensamentos, podemos distinguir as emoções positivas e negativas. Precisamos colocar as cores impuras em um disquete e tirá-las de nosso computador mental, em vez de deixá-las gravadas no ´hard disk`. Se conseguirmos fazer isso, usando a sabedoria discriminativa de Amitabha, gradualmente encontraremos o caminho em direção a uma mente clara e um meio ambiente puro. O símbolo de Amitabha é uma flor de lótus completamente aberta. A flor de lótus origina-se de uma semente no pântano, mas cresce e floresce acima de sua água suja. A sabedoria discriminativa de Amitabha nos ajuda a nos colocarmos acima do pântano de confusões e enganos de nosso dia-a-dia, dando-nos a capacidade de viver e trabalhar neste mundo sem ser tocado por seu sofrimento, confusão e poluição.
Buddha Akshobya realiza o mudra da estabilidade. Esse gesto desperta o Poder da Estabilidade e a Sabedoria do Dharmadhatu que unifica os fenômenos relativos e absolutos.
"A sabedoria do Dharmadhatu é a sabedoria da natureza vazia de todos os fenômenos. Todos os fenômenos são manifestações do espaço absoluto, pois tudo que há no meio ambiente relativo e absoluto surge do vazio. Neste momento temos uma mente de apego a nós mesmos muito forte que nos cria muitos problemas. Ela nos leva a acreditar que todas as coisas que possuímos são reais, permanentes e imutáveis, e que nosso corpo físico será belo e jovem para sempre. É claro que estas crenças são ilusórias: esta não é a realidade. Todos sabemos que as coisas aparecem, mudam e desaparecem a cada momento. É nossa mente de apego a nós mesmos que não consegue aceitar esta verdade e, por isso, sentimos muito sofrimento quando perdemos objetos ou eles se quebram, ou quando começamos a envelhecer. ´Apego a si mesmo` significa nos apegarmos a idéia de um ´em si` permanente dos objetos materiais, pessoas e de nós mesmos. Se pudermos aceitar a impermanência deste ´em si` e o fato de tudo no meio ambiente externo e interno estar constantemente mudando, seremos capazes de aceitar a mudança como algo natural, e isso nos poupará muito sofrimento. Esta percepção diferente dos fenômenos nos ajudará a ter uma mente estável, em todas as situações. A sociedade moderna é muito materialista. Isso possibilitou à nossa mente de ´apego a si mesmo` tornar-se mais forte do que em épocas passadas. [...] A sabedoria do Dharmadhatu é a compreensão de que todos os fenômenos são na verdade um só. Precisamos compreender o significado disso por meio do saber e da experiência, e não da ignorância. Dizer que todos os fenômenos têm uma mesma natureza não significa que eles sejam iguais, mas que os compreendemos como reflexos ou projeções de nossa mente-raiz muito sutil unida ao fluxo de energia elemental. Com esta sabedoria, somos capazes de enxergar que os fenômenos do universo não existem independentes de nossa mente: eles são apenas reflexos interdependentes nascidos dos registros cármicos deixados por nossos pensamentos e ações do passado. Assim, nos tornamos capazes de ver e sentir o mundo absoluto de cristal puro - o mandala de Buddha - em nosso dia-a-dia. Compreender isso não significa que as coisas deixam de ser reais. Ao contrário, os fenômenos revelam assim sua realidade. Continuamos a usá-los e a nos relacionar com eles, mas enxergamos sua natureza absoluta. Passamos a perceber os fenômenos do meio-ambiente externo e interno como manifestações de nossa consciência, e ao mesmo tempo, os enxergamos como reais e úteis em nosso dia-a-dia. Estas duas naturezas são inseparáveis, como os dois lados de uma moeda: um lado não existe sem o outro.
A sabedoria do Dharmadhatu nos traz estabilidade mental e dissolve de forma irreversível nossas expectativas, esperanças, medos e fantasias. Ela nos enraiza na realidade verdadeira, e não na realidade falsa do samsara, que nos causa dor e sofrimento. Se não nos apegarmos emocionalmente aos fenômenos relativos, seguindo-os mais do que é necessário para nossa vida, chegaremos a um equilíbrio mental inabalável, o siddhi ou realização da estabilidade. Akshobya realiza o mudra do tocar a terra para mostrar que uma vez tendo chegado à experiência da base da realidade, nunca mais haverá incertezas em nossa mente. Nossa mente torna-se segura e estável como o solo que tocamos."
Buddha Ratnasambava realiza o mudra da generosidade. Esse gesto desperta o Poder do Desenvolvimento e a Sabedoria do Equanimidade.
"A sabedoria da equanimidade de Ratnasambava é como uma sensação de sermos iguais aos outros seres humanos e a todas as outras formas de vida. Muitos seres sagrados nos deixaram esta mensagem de sabedoria. Por exemplo, São Francisco de Assis demonstrou de forma clara como se sentia em relação às outras criaturas e ao meio ambiente quando escreveu o ´Cântico das Criaturas`. Em nosso estado normal, o egoísmo nos torna pessoas muito desequilibradas, sempre nos interessando apenas por nossa própria vida e a vida de nossos amigos e parentes. Não nos interessamos de fato pelas outras pessoas e pelo meio ambiente. Quando equilibrarmos nossas energias, começamos a sentir que os outros estão no mesmo nível que nós, que eles também desejam a felicidade e o sucesso na vida e que, como nós, também querem evitar a dor e o sofrimento. Compreender isso nos faz sentir simpatia pelos outros, criando assim condições para partilharmos com eles sua felicidade e suas tristezas. Desenvolvemos o desejo de ajudar os outros, e essa compaixão nos faz dar a eles nossa energia e nossos recursos. Esse é o motivo por que Ratnasambava realiza o mudra da generosidade, e o símbolo de seu dom é uma jóia especialmente bela. A maior parte das pessoas pensa que a jóia de Ratnasambava simboliza ganhos financeiros, mas, na verdade ela representa o desenvolvimento de nossas energias e qualidades internas, nossa riqueza interna. Será mais útil para nós desejarmos ser como Ratnasambhava e dar a todos os outros seres o que necessitam, do que rezar para algum Ratnasambhava no céu porque desejamos ficar ricos.[...]
O fato de termos uma mente pequena e dúvidas demais nos faz perder a energia do chakra do coração. O uso errado da fala nos faz perder energia de fala. Enxergar os outros de uma forma negativa nos faz perder a energia da visão, e isso pode até nos causar a cegueira. Se há fraturas em nossa alma, perdemos nossa energia humana. Por isso precisamos tapar os buracos de nossa aura e chakras através da prática da Autocura. Desta forma desenvolvemos nossa verdadeira energia humana em direção à Iluminação. Este é o significado verdadeiro da qualidade de Ratnasambava."
Buddha Amoghasiddhi realiza o mudra do não-medo. Esse gesto desperta o Poder do Assertivo, a ação sagrada de saber agir e a Sabedoria-que-tudo-realiza capaz de satisfazer os desejos que curam o meio-ambiente externo e interno.
"A sabedoria-que-tudo-realiza significa que sem medo tudo é possível. Ela é a sabedoria que satisfaz todos os desejos. Mesmo tendo inimigos, se decidirmos não internalizar suas críticas, nossa mente não reagirá a elas. Podemos gravar todas as críticas negativas em um disquete e dissolvê-lo no espaço absoluto exterior, deixando nosso espaço interno em paz. Amoghasiddhi não é um ser egoísta, por isso sua sabedoria realiza o desejo de todos. Ele deseja de forma altruísta cuidar dos outros seres, sem se importar se são pessoas jovens, idosas, ricas, pobres, bonitas ou feias. Quem tem a qualidade de Amoghasiddhi deseja trazer felicidade e realizar os desejos de todos. Se começamos a pensar mais nos outros do que em nós mesmos, desenvolvemos a energia e o poder para realizar isso. A sabedoria de Amoghasiddhi nos torna capazes de fazer sempre o que é devido, tanto no nível relativo quanto no absoluto. Isso é possível porque Amoghasiddhi é capaz de usar muitas energias ao mesmo tempo, encontrando assim soluções para os problemas diferentes das pessoas. Por exemplo, alguém que tenha o siddhi de Amoghasiddhi, estando em uma sala com dez pessoas de nacionalidade, idade e estatus social diferentes, será capaz de falar com todas elas em seus próprios termos e encontrar soluções para seus problemas, deixando assim todos felizes. Para as pessoas normais isso é impossível, pois a combinação de diferentes culturas e energias é muito dinâmica. Numa situação destas, uma pessoal normal acaba se tornando parte do problema em vez de trazer uma solução. Para realizar a sabedoria-que-satisfaz-os-desejos, precisamos primeiro desenvolver as energias dos outros quatro Curadores Supremos."

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